quarta-feira, 20 de agosto de 2008

sup ya'll

são 11h35m, estou sentado na cadeira da minha sala no escritório a pensar no que vou debitar nestas linhas que criei para mim, para poder falar sobre o que me apetecer.
Ontem em conversa com o meu mano André, decidi que deveria começar a escrever cenas aqui neste "diário", e depois de dormir sobre o assunto vão as primeiras linhas.
Decerto que toda a gente que me conhece minimamente sabe que a minha paixão, a minha vida é hardcore, tudo o que gira à volta dele, música, bandas, zines, distros, concertos, tours, atitude, estilo de vida, etc...
Desde cedo que me deu uma forma de ver o Mundo com outros olhos, uma maneira muito especial que muitos nunca na vida poderão compreender, muitos não conseguem perceber como é que se pode chorar a ver "Cro Mags" ou até mesmo o primeiro show de Lockdown, man é daquelas cenas que a uma pessoa "normal" nunca se poderia explicar o porquê de me meter numa carrinha e ir com os meus manos conquistar a Europa, simplesmente por diversão e por feeling.
Também não quero que tentem perceber, porque realmente se calhar até nem há nada para perceber ou se há eu prefiro que fique guardado comigo, são momentos unicos que me transmitem, uma enorme alegria e sentimento de liberdade. Claro é que gostaria de ver muitos mais miudos novos entusiasmados com as bandas, com as zines, com cada vez menos internet e gossip nerdice, mas atéeu toua a fazer um blog na net, logo estou a pactuar com tudo isso... mas ya gostava de ver o interesse que havia quando as unicas cenas que conseguias em Portugal eram as releases da Victory ou da Commitment records haha e claro as da Ataque Sonoro.
Mas se por um lado o antigamente era mais crowded, não quero dizer que fosse mais positivo, desses tempos conto cerca de 10 pessoas, se tanto, das 600 que faziam parte do mundo do "hardcore", não quero compreender, nem quero saber o que fez desisitir da viagem. Fazem-se sempre letras sobre quem bazou, mas sinceramente é muito mais importante quem ficou, quem continua a acreditar na cena alternativa, no Mundo paralelo de 4 paredes e energia.
Somos um reflexo da sociedade é um facto inegavel, e com isto dito, trazemos tudo o que de positivo e negativo a mesma poderá ter, o impacto de anos de vivência numa sociedade que nos molda acaba por também ter o seu efeito na cena hardcore, claro que de forma menos evidente mas continua a ter, e como tal não somos obrigados a gostar de toda a gente, a ter os mesmos gostos ou a pensarmos que o Mundo um dia será cor de rosa.
Vivo com quem gosto e dou me com quem merece, apesar de fazermos todos parte do mesmo, não quero ser hipócrita ao ponto de dizer que "tasse bem com todos os manos do core", porque realmente não se está.
Man tantas noites que passei em conversas sobre isto e aquilo, sobre o que tealmente cda um sente, e somos todos muito diferentes, muitas ideias já passaram e muitas irão voltar.
Somos piores por mudar?
há coisas que tenho uma certa magoa de terem corrido mal, amizades que se perderam, outras que se reconquistaram, sentimentos que foram desaparecendo, e outras ainda que se deixaram arruinar por causa de outrém... mas isso não interessa, tento não me arrepender do que fiz mas sim do que nunca fiz e queria fazer.
como disse anteriormente, sinto a cena da musica, das bandas, sinto que apesar de não saber fazer nada dentro desse meio, já me proporcionou grandes momentos, viagens maravilhosas a sitios lindos, sitios onde de certeza nunca iria chegar se não fosse a facilidade de ajuda entre pessoas que se conhecem apenas por e-mail mas que partilham um amor comum.
sinto me abençoado por ter tido a sorte de tantos anos de dedicação serem recompensados com alegria e trsitezas, stresses e paz, concertos bons e maus, pessoas brutais ou simplesmente banais, a vida é todo o conjunto de experiências que vais ganhando e vais aprendendo o que queres e o que não queres. Já vivi e vou viver ainda mais, há tanto por explorar, tanto caminho a fazer, mas já posso dizer que sou feliz, fi-lo por mim, fi-lo com os meus amigos, fi-lo inumeras vezes, e mais vezes irei fazer se me deixarem.
A minha chama arde, arde, queima e liberta-me, não a apaguem.

Ricardo Dias

7 comentários:

Anónimo disse...

Gostei de ler... Nao podes parar agora, nessa cabecinha deve ser so historias.
Revejo me bastante na parte de ver sitios que nunca imaginei que ia ver.
Abraços

Anagrama Orgânico disse...

Exacto, o congas tá a fritar a mioleira. Deixa isso andar, a carruagem tem máquina e vai em piloto automático ^

Anónimo disse...

inveja é um sentimento que não se deve sentir, mas que neste momento me vem a cabeça! és uma pessoa de sorte pelos amigos que tens e pelas conquistas que já fizeste com os concertos que já deste! portugal precisa de mais pessoas como tu e com a tua força!

Ricardo um abraço, murkiness

Anónimo disse...

palavras sábias mano, se houvessem mais como tu, o mundo seria certamente um lugar melhor. ja aqui chegaste, o caminho agora é so em frente, nunca para tras. grande abraco, Lp

Ana Rodrigues Bidarra disse...

Yo Congas, keep it real.
anda ai beber umas fresquinhas *

Anónimo disse...

avô conguinhas conta-nos lá mais uma histórinha ....

gostei de ler meu kita!

abraço

O Pescas

Anónimo disse...

conguinhasss...tava aqui de lagrima no olho a ler isto,porque trouxe muitas recordacoes, que hoje ja sao saudades!!
Vi parte das coisas acontecerem..e desde o primeiro dia..te disse que eras grande!!
forca!! joana